segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

"Skipping tickets making rhymes
Is that all that you believe in?
Wearing rags to make you pretty by design
Rusting armour for effect
It's not fun to watch the rust grow
For it will all be over when you're dead"

sábado, 18 de dezembro de 2010

Os meus desenhos já não são tão coloridos.

As pessoas reclamam.

Mas não me oferecem sequer um lápis de cor.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

amordaça tua verdade.
expõe teu sofrimento barato.
aprende que há uma tênue linha entre o amor e o ódio.
envergonha quem te admira.
e admira quem te despreza.
segue com o circo.
falsifica teu sorriso.
se perde dentro do coração.
do meu.
esquece do teu.
que pulsa como a qualquer outro.
desaprende que dentro dele há muito mais espaço do que sonha nossa vã filosofia.
só não quer acreditar.
e por isso não acredita.
Começastes como uma poeirinha na minha janela, aos poucos fostes branquiando meus vidros, até que ficasse bem fosco.
Tentei não pensar na paisagem do lado de fora, tentei ficar imóvel e sozinha ali dentro.
Consegui.
Sem me dar conta de que lá fora vendavais de areia xicotearam meu vidro e impossibilitaram toda e qualquer visão externa.
Vendavais dos quais estava me escondendo, e quando resolvi abrir a janela pra eles... já não conseguia mais.
Do lado de fora se formaram dunas que não permitiram acesso àquilo que eu mesmo havia criado.
Sem me dar conta do que acontecia, renunciei a ti, e pus meu sentimento solto no vácuo que eu me encontrava.
Chorei, briguei, sofri e por algum momento até te odiei.

Mas foi então que percebi... o vendaval que eu havia criado não bloqueava apenas a minha visão,
tu também não enxergava nada pra dentro.
'Apaga a luz e vem.'
Eu sempre apaguei, sempre fui cúmplice não ousava sair dali.
Amava muito tudo que tu me oferecia, amava ouvir tua respiração e imaginar o que tu estaria pensando em meio à obscuridade da tua casa.
Gostava da sensação que me causava olhar o brilho que teus olhos tinham, duas lanternas a me fitar.
Mas tu sempre ia embora antes do sol nascer.
Eu acordava sempre com sangue no lençol e a cama vazia.
Lembro da última vez que te vi, e sim, ainda estava escuro, sentia o calor da tua pele, e tua face quase se desfez na minha.
Foi quando percebi uma coisa estranha, não havia luz em ti.
Dessa vez a escuridão ocultou o brilho dos teus olhos, o que emanou luz foi navalha que perfurou meu peito.
Meu lençol agora é branco, e eu durmo de luz acesa.
As ripas do forro, não são somente ripas no forro.
Juntas elas formam grades.
Em pensar que eu me deito na cama e miro o teto.
E quando eu durmo e acho que estou livre de tudo
eu acordo e vejo que foi só mais uma noite na prisão.
Ai, como eu queria...
Se por um momento o mundo parasse, e eu pudesse retomar o meu lugar,eu não o faria... Pois meu lugar é vago, é oco e turbulento... Preferiria por outra em meu lugar, alguém que soubesse lidar com tudo aquilo que temo, que enfrente minhas derrotas de cabeça erguida, que não se esquive quando tem vontade de se lançar ao mundo...
Alguém que não esteja com os braços cruzados quando o mundo lhe abraçar... Que seja digno de profetizar a fé que eu reprimo...
Não quero quem em frente ao espelho encha os olhos com uma satisfação repugnante, nem que exale seu perfume fétido por onde passa!
Não quero quem cheire ao terror do egocêntrismo, nem quem tenha nos olhos todo brilho e glamour do egoísmo que possui...
Não quero alguém que se esconda atráz de um sorriso idiota, nem quem agrida o sentimento dos outros...
Quero alguém com sentimento, e que dentro de si carregue a essência de tudo aquilo que for mais puro e lindo...
Quero que plantem flores no meu lugar, que cultivem cada semente que ali brotar... Que semeie tudo aquilo que deixei pra tráz... transformando-o no mais belo paraíso milimétrico.
Mas creio que se o mundo parasse só por um instante, nada disso seria possível...
Nada mais justo que quem preencha o lugar oco e turbulento, seja sua própria criadora!